terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dá pra fazer varejão de bom gosto?

No Brasil, temos as Lojas Americanas. Aqui na Suécia, temos a Rusta. A proposta de negócio é a mesma: vender de tudo (de eletrodomésticos a roupas íntimas, maquiagens e livros) por um preço camarada.

Ótimo, entendido, agora vamos partir pra publicidade, a alma do negócio (clichê mais batido não existe). Vamos fazer um VT bem varejão, ou seja, tem que ser chocante: a locução masculina tem que berrar, cada preço ou informação tem que vir num "splash" bem coloridão e tem que ter fogo, chamas, por trás dos produtos. Certo? N-ÖO! Erradíssimo, meu caro!
(Não estou dizendo que assim é o VT das Lojas Americanas, mas assim é a grande maioria dos comerciais pra clientes varejistas.)

Comercial pra varejo também requer um trabalho elaborado de conceituação, independente da classe pra qual você está se dirigindo. O que separa a classe A da classe D é a conta bancária e não a inteligência emocional. Nas classes C e D também existem pessoas que choram, riem, sofrem, têm medo, têm curiosidade, alimentam-se de desejos e emoções. Portanto, tirem os "splashes", coloquem uma locução decente, uma trilha bonita e valorizem os produtos promocionais sem precisar incendiar a tela. Assim você não apenas valoriza a inteligência do público-alvo em questão, mas também posiciona e fortalece a imagem de qualidade que a empresa quer mostrar no mercado.

Aí vai o VT mais recente da Rusta, divulgando a promoção da vez: tapetes e carpetes. Tão simples e tão bonito.


Agência: Bark Stockholm


 







Um comentário:

  1. Nossa, esse é o primeiro Filme de varejo que me emocionou. É bastante difícil assistir filmes desse modelo aqui no Brasil.

    ótimo post.

    Abração

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