sexta-feira, 5 de março de 2010

Gerente de projetos



Em uma agência de publicidade sueca, o trabalho é quase sempre realizado em equipes de projeto. Essas equipes são compostas por gerentes de projeto, administradores de projeto, planejadores, copywriters e diretores de arte.
O gerente de projeto deve ter uma visão geral sobre a agência ou sobre seu grupo de trabalho. Irá coordenar e garantir que a comunicação entre as várias pessoas no grupo de trabalho funcione bem. É uma pessoa que tem muitos contatos fora da agência.
É o gerente de projeto que, normalmente, mantém contato com os clientes e com os fornecedores, como gráficas ou agências de fotografia. Nas grandes agências há um produtor pra assumir o contato com os fornecedores, mas ainda assim é o gerente de projetos quem tem a responsabilidade global.
O gerente de projeto também pode trabalhar lado a lado com um planejador, que, por sua vez, se utiliza de vários tipos de pesquisa de mercado para identificar comportamentos e tendências de grupos de consumidores em relação a certos produtos e serviços. O objetivo é definir o público-alvo da campanha e a estratégia a ser adotada.
O gerente de projetos tem um papel fundamental no grupo de trabalho. Ele se responsabiliza pela análise e estratégia da campanha e pelo cumprimento de todos os prazos estabelecidos entre agência e cliente. Ele também é responsável pelo orçamento do projeto.
Além de trabalhar pela boa relação entre funcionários, o gerente de projetos também assume a parte administrativa e o setor financeiro. Nas grandes agências, há um administrador só pra isso.
O gerente de projetos deve ser bom negociador, já que é ele quem vai fechar custos com o cliente e com os fornecedores. O gerente de projetos também deve ser cuidadoso e ser capaz de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Outra característica importante é saber ouvir e entender o que o cliente quer.
Fonte: Arbetsförmedligen (Central sueca de empregos)

Não é preciso mudar



Ontem acordei com um único objetivo em mente: pegar o trem para Malmö e ir me apresentar para uma Caroline numa grande agência de publicidade da cidade, que fica localizada em frente a um cais. Era tudo que sabia. Caroline é o que aqui se chama de "gerente de projetos". É quem se responsabiliza por uma campanha, sendo atendimento, estrategista e negociadora de custos, tudo ao mesmo tempo.
A agência tem diretores de arte mas contratam por fora o serviço de copywriters. Acabaram de montar um "banco de frilas". Caroline gostaria de conversar comigo sobre esse "banco". Ali eles encontram os perfis ideais para as campanhas que entram.
Entrei num galpão imenso, teto muito alto, portas e janelas de vidro, sensação de modernidade, extravagância e luxo. Mas não luxo pelo custo dos móveis ou sofisticação da decoração. E sim, pelo ambiente que conseguiram formar, onde se respira pura criatividade.
Perguntei por Caroline, e aqueles que me viram chegar vieram me cumprimentar com um sorriso gentil. Inclusive um homem de meia idade, que no momento estava usando o computador. Entendi, ali, que ele também sentaria conosco na reunião.
Entramos, eu e Caroline, na sala ampla. Uma mesa larga, para umas 20 pessoas. Tirei meu casacão gelado e sentei-me em frente a ela. Caroline segurando o meu currículo e a minha carta de apresentação. Passou a me fazer várias perguntas – sobre meu tempo de trabalho no Brasil, sobre meus cursos, sobre meu trabalho na Suécia, minha nova experiência de ser profissional liberal, enfim.
Pela primeira vez me senti numa verdadeira entrevista de trabalho. Com uma lista infindável de perguntas a serem respondidas.
De repente entrou Oscar na sala, aquele homem de meia idade, e se sentou ao lado de Caroline. Fizemos uma breve recapitulação da nossa conversa para ele.
Mais perguntas foram feitas, e eu ali, sorrindo, brincando, toda extrovertida, respondia a cada uma delas como se estivesse conversando com amigos de longas datas.
Com a reunião chegando ao fim, ouço de Oscar os últimos comentários, sobre o que ele achou da entrevista e do meu perfil de trabalho: ficou impressionado com a minha fluência na língua sueca, gostou do meu estilo de escrever, acha ótimo que eu me resolva sozinha, sem estar diretamente dependente a um grupo de trabalho, e que eu tenha um portfolio tão amplo – com experiência de trabalhar com campanhas institucionais, de varejo, com comunicação business to business e com diferentes tipos de produção (de simples anúncios de jornal e revista a jingles e comerciais para TV).
Saí de lá em êxtase e com a promessa de que entrariam em contato comigo quando entrassem campanhas que combinassem com o meu perfil. Que seria muito interessante trabalhar comigo.
Já em casa, voltei a visitar o site da agência. Vi a foto de Oscar na página que apresenta a empresa e seus serviços. Fiquei muda, chocada: não, ele não era mais um "gerente de projetos", como Caroline. Nem um profissional de Recursos Humanos querendo ouvir sobre o meu passado. O homem com quem conversava como se fosse um velho amigo, pra quem eu soltava piadinhas e mostrava meu lado espontâneo, divertido, de uma apaixonada pelo o que faz, era simplesmente o dono da agência.
Fiquei feliz. Mais feliz ainda. Porque naquela reunião eu fui simplesmente a pessoa de sempre. Sem inseguranças, sem medo, sem timidez, mostrando bom-humor e descontração, me colocando no mesmo nível que o dono da empresa.
E ganhei com isso. Ganhei a simpatia e a confiança do dono de uma das mais importantes agências do sul do país.
Às vezes é melhor ir pra uma entrevista de trabalho meio que despreparado. Porque só assim você vai poder se revelar naturalmente. Só assim você vai poder mostrar quem você realmente é, como profissional e como ser humano. É melhor assim. Não é preciso mudar.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Menos fraldas, mais anúncios



Quase 3 anos em licença maternidade, com uma pequena pausa entre um baby e outro. Mas é oficialmente agora que reassumo o post de copywriter, ávida por campanhas loucas, inovadoras, com conceitos fortes e mensagens marcantes.
Abram alas que eu quero passar!